Queria esquecer-me dentro de uma gaveta
dentro de um mapa pontilhado
por entre fotografias perdidas
e recuperar todo o tempo
que está flanando
na direção do fim
Queria ser capaz de esquecer-me
dentro do cubículo
resumir-me numa gota,
numa célula,
num átomo
Queria ser o último átomo de poesia
queria ser a rima incerta,
o destino cabalístico
e contar a lenda de mim mesma.
Inventaria estórias,
falas, interjeições
e questões...
Algumas questões que sabia,
irrespondíveis...
Sei de paradoxos indecifráveis
sei de enigmas justificáveis
e, pior todas saídas são de emergência.
todas as entradas são de contingência.
Entramos por acaso.
Nascemos por descaso.
Morremos por ter um caso.
E nas folhas do diário
existiam eternidades
criptografadas...
Sentimentos que tingiam
o pôr do sol de azul.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 23/03/2017
Alterado em 23/03/2017