Faço perguntas irrespondíveis.
Irresponsáveis.
Talvez se alguém ousar responder.
Tudo pode ocorrer.
Arrependimento.
Tristeza.
Surto.
Crise de Ira.
Crise de consciência.
Faço perguntas irrelevantes.
Ingênuas.
Pueris.
Tal como as crianças
que ficam a espreitas das estrelas
que não caem do céu...
Ou procuram os anjos
escondidos nas nuvens.
É verdade que perguntar é uma arte.
Não é apenas uma interrogação.
Não é apenas uma indagação.
Há uma dramaticidade toda peculiar
em abandonar as trevas
e, dirigir-se à alguma luz,
à alguma razão...
Ou desrazão.
Na gangorra do tempo.
Observamos proporções e
desproporções.
Justiças e injustiças.
Eternidades e efemeridades.
E, ao lado de tudo isto.
Há sempre quem não aceita o silêncio.
Há sempre quem não aquieta a alma
que saliente do corpo
sai a conhecer outros umbrais...
E, depois, do horizonte atingido.
Surgem outros e outros.
Até o dia,
que as nuvens se transformam em anjos.
Que as quedas se transformam em estrelas
E finalmente encontramos a paz.
Como o adormecer de uma criança.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 17/02/2017