Vida Secreta
Vida pública
Imagem apagada
Reticências
Olhares secretos
Confissões inaudíveis.
Há uma palavra presa
na garganta.
Há uma fonética ínsita no vento.
Há uma primavera inteira
na flor que fenece.
Vida em silêncio.
Por de trás de contextos,
de metáforas,
ilações românticas e
prosaicas.
Mãos que orquestram
tempestades ou
apenas informações.
Sem script.
Sem personagem.
A memória esqueceu
A pele gravou
A cicatriz marcou
E os lábios
selaram-se
por causa
da mensagem maldita
balbuceada...
O medo
Entranhando nas veias.
A vergonha
queimando as faces
E o olhar
fotografando tudo
sem flashes
só com a indiferença
clássica de todos os dias.
Mas a vida não é secreta
E nem pública.
Não é infinita e nem contida.
Não imagem e som.
Nem tato e olfato
É um existir
É uma essência
doída por dentro
é um eco espiritual
repristinando
toda a vaidade
de querer se resumir.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 10/02/2017