A prisão quântica de seus olhos.
Àtomos lacrimejantes a
escorregar pelos fonemas.
Gemidos saindo de portas
que abrem e fecham
Grunidos insurgentes
a traduzir a semântica
de animal ferido
A prisão quântica do quarto.
De paredes infestadas de sentimentos
e manchada pelos ressentimentos.
A gaiola de pensamentos vazios
fechado no perímetro dos desertos.
encarpetado no solo das desilusões.
Fui banida.
Expulsa.
Rejeitada.
Cancelada.
Sou aquilo atrás do carimbo.
Atrás da tarja.
Das reticências maldosas
a indicar que não posso prosseguir.
Trigonometricamente
escapo do ângulo reto.
A sinuosa curva da poesia
Faz da força centrípeta
uma montanha russa.
Com perigos projetados.
Com medos milimetrificados.
No terror cotidiano
de existir.
Quântica ou não.
Os grilhões não pertencem
às almas livres.