Quisera poder pedir
para você ficar.
Há um infinitivo lá fora
E dentro nós,
há apenas sentimentos finitos.
Sob a abóboda terrestre
o céu é azul e as incertezas
são vermelhas.
Quisera de ter coragem
suficiente
para chorar,
para arrepender-me,
para pedir e implorar
sabendo que de nada adianta.
Meu gesto é estático.
E o sofrimento é dinâmico.
Sei que a partida é inevitável.
Se houve ou não despedida.
Pouco importa.
Escrevi-lhe um bilhete
Descrevi em silêncio
os resquícios que recolhi na vida
Havia cores,
Havia faces,
olhares
e vento sem primavera.
A flor tímida brota lá fora.
No sol que lhe doura as pétalas.
E a cada raio
de sol ou de chuvas
Molhavam-se as esperanças
de amanhã
ter novamente a sensação
de começar de novo.
Mudando o rumo.
Riscando o chão
com passos incertos.
Nada lhe pedi.
Apenas neguei-me ao
direito de sofrer.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 29/08/2016