A cada palavra
A cada discurso.
A métrica e a semântica.
A cada vírgula.
A cada parágrafo.
A dimensão e narrativa.
A cada medo.
A cada espanto.
A escuridão e a ignorância.
A cada passo.
A cada caminho.
A dinâmica e o ritmo.
Marcado por recordações.
Marcado pelo bordado no lenço.
No lençol.
No cheiro deixado nas roupas.
Nas miudezas contidas nos bolsos.
No segredo intrínseco.
De um único olhar.
A sua criptografia passava
num piscar.
Seu pensamento projetado
na parede da
memória.
Script enrolado em papiro.
Antiguidades armazenadas.
Novos signos em símbolos velhos.
Registros deixados para trás.
Vestígios
Pistas de sobrevivência.
Flashes de fotografias
digitais.
Imagens táteis
e corrosivas.
Nada será como antes
A caverna.
O raio solar.
A certeza incerta.
As dúvidas pungentes.
E a dicotomia dos paradoxos.
Sabendo-se que não se é
único,
uníssono
nem unânime.
Não sou quem imagino ser.
Nem o que quero ser.
Minha história e circunstâncias
me modelam como a uma escultura.
A essência ganha forma
E a forma limita a essência.
As vezes, na dureza nossa
de cada dia.
Há a delicadeza indeclinável
de transcender.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 04/07/2016
Alterado em 04/07/2016