Passa um vento
e sussura verdades
frias e lânguidas
A palavra saboreia a fonética
escorregando pela semântica
Sua ironia piegas
deixa seu lado carismático
enigmático
repleto de mistérios
insondáveis.
Há uma sutileza que levita.
faz acrobacias máginas
e hipnotiza.
Gestos líricos
Rimas insensatas
que no inconsciente
nos sufoca de realidade
que vive de luto
na realidade preto-e-branco
Passa uma tempestade
sussura sentimentos arrebatados,
chicoteia meu corpo
com contrações e deformidades
A alma se estreita
na vaidade e diante do espelho.
A imagem do ser não é.
O olho do ser não é.
A luz do ser é a única essência
contundente.
Corta-me ao meio.
Tritura os adjetivos
e, ri de meus equívocos.
A sutileza de perceber
que estar aqui e
não estar
De ter existido
e ter feito diferenças
de ter alterado rotas,
colisões, medos e
demências...
A sutileza de entrar porta adentro
e, sua presença se instaurar
como um fragância
suave, discreta e invasora.
Não se pode indistintamente
desejar ser e estar.
Dever e ser.
Querer e cobiçar.
Existir e escolher
entre essência e existência.
A luta discreta dos
detalhes do bordado.
Uns riscam a imagem desejada.
Os outros se perdem no infinito
das pequenas coisas
imensas
que contam
narrativas infinitas.
Presas no crochet
de sutilezas.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/06/2016
Alterado em 15/06/2016