Chovem símbolos
sobre as areias escaldantes.
Chovem silêncios.
São enigmas flutuantes.
Há um deserto poético
de rimas subterrâneas
E a água é o lirismo
que matam nossa sede
de vida.
Agarramo-nos nas beiras do abismo.
Agarramo-nos em roupas, embalagens
e superfícies...
Todos fogem de profundidades.
Falta arrojo.
Falta coragem.
Passeio no deserto de teus olhos
em tua semântica árida...
Uma tristeza definitiva e
escavada pelo tempo em suas faces.
Tuas palavras ecoam como mantras
e reverberam solitárias
Queria poder ser a alegria
Queria poder ser a felicidade
O sonho inatingível.
A risada fácil e frouxa
Onde plenitude se solta e
esbarra na consciência.
Queria ser o deserto
e naquela imensidão
dar-lhe meu amor
em dimensão térmica e táctil.
Corre o vento livre
por sobre as areias
penteando ondas
como se fossem madeixas.
Correm os poetas
em busca de almas
E encontram segredos
por vezes somente
decifráveis em pleno deserto.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/05/2016
Alterado em 15/05/2016