Vou empilhando lirismos,
como um castelo cartas
Os ventos o desmonta
E rio da sorte do valete de ouro...
Que não vale a prata.
Vou empilhando rimas absurdas
Teses abstratas
sobre coisas concretas
E equações concretas
sobre coisas etéreas.
Não posso matematizar sentimentos,.
nem os infinitos contidos
entre os dedos
E nem nos silêncios
entre fonemas.
A ditar senhas secretas.
É na respiração trôpega
que se vive...
buscando oxigênio...
E, de repente, a vaidade
de correr mais rápido
que a centelha da ideia.
Tudo é fogo e cinzas
E a phenix está em mim
erigida num monumento
de gelo...
Sou pássaro sem asas,
mas ainda assim posso voar.
Guardo relíquias,
vestígios,
cartas escritas à mão,
com caneta tinteiro...
A sorte do biscoito chinês...
E uma runa esquisita que
me deram de presente...
Símbolos carregam tanto lirismo
que vivem a contemplar
os humanos...
Insistem em sinalizar
para o entulho
uma fórmula mágica
onde tudo funciona...
menos a palavra.
Empilhamos momentos,
lembranças e com
o passar do tempo.
Não achamos o fio da meada.
Nem o começo de nossas dúvidas.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 13/01/2016