Nossas palavras
são pegadas poéticas
deixadas no chão duro...
Nossa poesia
são caminhos líricos
prostados no mundo frio e cruel.
De nossas palavras, extraem-se
sentimentos, ilusões e esperanças.
De nossos caminhos, extraímos
verdades ilusórias e
ilusões verídicas.
Há uma moldura fora de nós
e dentro de nós.
As vezes não conseguimos dizer tudo.
E nem ao menos o necessário.
Deixamos milhões de reticências.
Pensamentos inacabados.
Lágrimas secas na aridez da realidade.
A lucidez ácida de ver dentro das coisas.
O que houve, o que há e haverá.
Como num filme velho.
Temos bolas de cristais
diante dos olhos da reflexão
Seguramos com nossas mãos
às rédeas do destino,
e a ponta do furacão.
É verdade, as vezes perdemos.
As vezes ganhamos.
E, as vezes, dá empate.
Ficamos na inércia contemplativa.
A jogar os olhos num abismo
inconsistente
Feito de palavras, gestos e
imagens.
Às vezes síncrones
Mas as vezes distoantes.
Desafinam num coral sacro
dentro da capela da consciência.
Rezemos todos os dias.
Para que a razão ampare o coração.
Para que o coração guie nossos desejos
e nossas esperanças.
E quando chegarmos
na hora de partir.
Não haja bagagens pesadas.
Não haja remorsos-âncora.
E, nem os grilhões das mágoas
que nos atordoam.
Libertai-me de tudo...
Para que o espírito que
conheceu as palavras e a poesia
possa flanar com a alegria insana
e infinita,
na certeza que há outras viagens.
Há outros caminhos
E há outros rastros a perseguir
na longa trajetória da maturidade.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 10/12/2015