Como não amar?
o cintilar da inteligência
dentro do olho...
Que mira a sua existência
como se fosse um holofote.
Como não amar ?
o afeto gratuito
e engraçado
que nos faz minimizar
todos os conflitos
Todas as guerras.
Como não amar?
Aquilo que nos torna
próximos, humanos e mortais...
A bizarrice cotidiana
de palavras repetidas
de gestos ritualísticos,
e insistência cartesiana.
Como não amar?
Tudo a nossa volta.
Em constante rotação.
Na dinâmica furiosa
do passar do tempo
ou do simples esquecimento...
Como não amar?
O infortúnio,
o tropeço
a palavra engasgada
seguramente na rota semântica.
Despedir-se.
Adiar a separação.
Não é preciso.
Porque o afeto
torna tudo eterno.
E o esquecimento
nos faz amar novamente
como crianças
que procuram entender
o porquê
das estrelas cadentes...
E o ritmo inexorável
dos relógios
a marcar tudo...
Como não amar?
aquilo que nos imanta...
nos reverbera
e faz de nós uma
partícula de um todo
inimaginável...
Amar é um vício.
E o ódio é perversão...
Há muitos mais amores
que ódios...
E a violência é grito
desesperado buscando
a conversão.
Converta-se.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 10/12/2015
Alterado em 12/03/2018