Tive muitas mães
E nenhuma mãe.
Conheci singularmente todos
os plurais possíveis.
Os degraus do abismo.
Os píncaros do inferno.
E o silêncio profundo
da rejeição.
Tive muitas coisas
que poderia escolher...
Mas no fundo,
elas me escolheram.
Na roleta da sorte digitada
no dna ou na estória...
houve enredos em que fui
protagonista...
e, houve outros,
em que fui figurante...
Entrei muda...
E, permaneci calada
até o final da cena.
Quando já não havia plateia.
Mas apenas o eco da vaia.
Tive muitas coisas.
Mas, poucas coisas me tiveram.
Cativaram-me...
Sequestraram
meu olhar ou atenção.
Ou me causaram
repugnação ou
repúdio...
Havia uma pasta de indiferença
discreta
que me permitiu
sofrer em silêncios
e com os olhos pousados
na leitura de almas...
alheias,
Há vírgulas.
Estrofes.
Rimas inesperadas.
Despedidas desastrosas.
Encontros furtivos.
Poesias acacianas
que falam de tudo.
Carência.
imaginação
no tapete tramado
do tempo.
Tempo que poído
é a sorte
de esquecimento.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 23/11/2015
Alterado em 23/11/2015