A lágrima é a gota final
de um mar que secou
E as palavras são lascas de alma
fonetizadas,
cheias de semântica
e metáfora.
A tristeza é a lucidez cinza
que corrompe as trevas e
se embebeda de luz.
Não posso trancar a porta.
Não posso dizer adeus.
Não posso ir embora.
Pois o labirinto dentro de mim
me consome.
Lenta e cruelmente.
A torturar minhas dúvidas
com a chávena
de certezas provisórias.
Não posso amar novamente.
Encontrar-se no infinito na
concisão imaginária de perder-se.
Para novamente encontrar-se.
A pétala é resquício da primavera.
O suor é vestígio do verão.
E o tremor de suas mãos
é um bilhete do inverno
a doer nos ossos o remorso
de ter se acovardado.
De ter calado, enquanto alguns gritavam.
De ter encolhido, enquanto alguns pulavam.
De ter ensinado, enquanto desejava apenas
aprender.
Aprender a ter esperança
para tentar sobreviver
humildemente.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 18/08/2015