Nunca saberei quantas lágrimas causei.
Nunca saberei quantas dores suportei.
Quantos silêncios atravessei feito uma flecha.
E quantos olhares me cobriram
de espanto ou repugnância.
Temos poucas certezas de tudo.
Mas prosseguimos
Sejam em equívocos ou acertos.
Nunca saberei quando definitivamente
desaparecer...
Se sentirão minha falta.
Se lembrarão de minhas palavras.
Da minha figura inusitada.
Da ênclise ou da mesóclise.
E, o pior.
Hoje não sei qual será
meu último pensamento,
minha última palavra..
falada ou sentida.
meu silêncio ou
meu grito.
Temo se for uma palavra maldita.
Se for uma de baixo calão.
Ou em bravata idiota.
Nossas incertezas
são pérolas unidas
pelo fio do medo.
Envolta do pescoço
num patíbulo.
As pérolas aguardam a morte
para se libertarem do medo.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 04/08/2015
Alterado em 04/08/2015