Há poesia na água.
Há poesia na pedra.
Há poesia no céu.
E flutuando entre tudo.
Silenciosa.
Harmoniosa.
Há rima sibilada
nos sussurros do vento
No farfalhar das cortinas.
Há poesias a portas fechadas.
Há poesias em masmorras
Deitadas no horizonte
E, espreitando o amanhã
na nesga de janela óbvia
do dia.
Há poesias inéditas.
Rolando em cabeças bizarras.
Vestidas de cores inertes.
Há um flash que escapa.
Há uma fresta que se abre.
Perguntas sem respostas.
Respostas sem perguntas.
Há voos sem pousos.
Há aterrisagens sem voos.
A poesia é o corpo
que varre a alma.
E risca, rabisca e esquadrinha
cada sentimento num verso.
Que perverso, nos trai.
Diz mais que poderia.
Diz mais que desejava.
Revela-se como alumbramento.
Desnuda-se como Lady Godiva.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 25/07/2015