Quem assumiu a nau?
Quem triunfará sobre os ventos e tempestades?
Atravessamos a névoa.
Partilhamos incertezas.
Descrenças e desilusões.
Percorremos esperançosos
o pontilhado mágico do horizonte.
Caimos nos abismos de dúvidas.
E de remorsos cadentes.
Poderíamos ter contornados continentes.
Poderíamos ter atravessados oceanos.
Poderiámos decifrar o enigma da Esfinge.
Mas sequer nos deciframos.
Sequer ultrapassamos a criptografia
de almas explícitas.
E, na canoa abandonada ao acaso.
Aportamos onde jamais
pensamos em chegar...
Há tanta angústia.
Há tanta mágoa.
Amarrada no cais.
Nos grilhões da culpa.
Na bússola do navegador.
Onde norte sempre disponta
nossa esperança.
E, ao sul disponta a saudade.
O leste é romântico.
Enquanto que o oeste é aventureiro.
Remamos com calma mediúnica.
E as águas que ficaram para atrás
lavarão os borrões do pensamento.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 09/07/2015