Véu branco e opaco veste o horizonte
O vento espesso esfacela-se sob o corte
De navalha
Corte profundo.
O infinito é raso,
profundo e silencioso.
As palavras grafadas estão tímidas.
Encolhidas na semântica de papel.
Véu de noiva numa cerimônia matutina.
Visibilidade limitada
Pressente-se a existência do outro.
Presume-se o caminho.
Imagina-se a curva.
Cogita-se sobre o côncavo
e o convexo.
O concreto se envolve do abstrato
Vestido de etéreo,
a morte parece impossível.
Perdeu-se o plausível.
Escoou-se a coerência no ralo rotineiro.
Véu a encobriu a roupa da incerteza.
Véu para o ritual da descoberta.
A manhã completamente encoberta
de poesias secretas,
rimas incertas e
lirismo incoerente.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 18/06/2015
Alterado em 18/06/2015