Poema poente
entardecendo-se
sangrando por dentro
gotejando lirismo
romantismo
e tristeza.
Poema poente
deitando-se lentamente
no horizonte infinito e
morno.
Poente como
as folhas de outono.
Poente
como ovos no ninho.
Poente
como máscaras
caindo no chão do baile.
Poente como a rima
larga e insone.
Poema poente.
Rubro e decante.
Apagando-se lentamente.
Perdendo o vermelho viril
e entranhando-se
nas trevas da mente.
Nos susssuros...
nos assovios e
nos desmaios.
Poema doente.
Incrustados em sentidos.
Calafrios, febre e tosse.
Sintomas de uma alma pingente
num corpo apenas fluído.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 20/04/2015