O cais é um trampolim
para se mergulhar nesse horizonte
as embarcações são galáxias,
os peixes são estrelas e os
maiores são asteroides
O cais é um trampolim
e o corpo oscila no ritmo da brisa
a onda esculpe na areia
caminhos tortuosos
O mar cochicha segredos para a espuma
e a espuma corre para as margens
para aportar os mistérios
Risco na memória a
imagem de castelos de areia
plantados na infância
Recordo-me das bolinhas azuis do maiô.
Do cheiro do bronzeador.
E do medo as ondas fortes.
Ainda pequena perdia meus olhos
contemplando o mar.
E trazia escondido
enorme vontade de navegar.
Navegar.
Navegar.
E aportar no cais, finalmente.
Para num salto ornamental
cair em sobrevivência
cotidiana
Curando feridas.
E percorrendo as curvas
do tempo de cicatrizes.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 31/03/2015
Alterado em 31/03/2015