Arremedo
Tantas lendas sub-reptícias
sensíveis ao toque,
fragmentos e flashes de memória
correndo na parede da consciência
a latejar saudade e culpa
Há uma insônia indecifrável
com simbologia macrobiótica
Tenho febre
e corpo se aquece doentio.
Enquanto lá fora o vento sopra sozinho
um frio que corta os pulsos.
Tantas razões para o abandono.
Tanta lógica no redemoinho
bordado a mão no abismo
tão perto,
tão fronteiriço.
Sinto roçar seu eixo embriagador
na barra da saia
Minha dança é catártica.
Expulsa de meu corpo
segredos e movimentos
que não posso expressar...
São silêncios dinâmicos.
São desvãos.
São gritos reprimidos.
Dores recônditas
Mágoas ensopadas de lágrimas noturnas
E cicatrizes a revelar
cambiante a arte
de apenas sobreviver.
Há tantas sombras
que remotas só nos trazem
as brisas velhas da saudade.
Catástase.
Ao final tudo se encaixa.
Tudo se explica sozinho,
desenredo...
a estória por detrás da história.
Desenlace
Sonhos e signos que formam
a senha.
Que abrem as lendas
e fecham feito portas.
A poesia é cadeado lírico.
Perdi a chave.
Nunca mais poderei
entrar na poesia impune.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 05/10/2014
Alterado em 05/10/2014