Qual é a senha?
O que ela abre?
Há punhos cerrados.
Há bocas amordaçadas.
Gestos sob hipocrisia profunda.
A farsa diante do espelho
Que se multiplica vezes mil.
Qual é a senha?
Qual a palavra-chave?
Terá rima?
Será lírica?
Ou cantará feito o tenor ou
soprano.
Em qual ritmo
O seu metabolismo digere a realidade
Crua.
Osmoses tácitas
Fazem misturas inverossímeis.
Sem etnia definida.
Somos o mix do mix
Absolutamente dispersos.
Inconcisos.
Mas contundentes.
Escrevemos na pedra.
Registramo-nos.
Desenhamos dentro das cavernas
Desdenhamos da luz.
E, preferimos nossa cegueira
A lucidez incandescente
de uma consciência tardia.
A senha é sobrevivência
A qualquer preço.
Você acredita?
A poesia apenas desconfia.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/10/2014
Alterado em 02/10/2014