Se por acaso lhe encontrar
Nem saberei o que falar
o que sentir
Se lhe abraço
Se lhe dou um sorisso
Ou se saio correndo e
esqueço tudo imediatamente...
Se o acaso nos unir
meus passos moídos
vão se fragmentar pelo caminho
deixando rastros...
minhas palavras vão flanar
por sobre
das nuvens de pensamentos
ou seguirão diretamente
ao delírio.
Ou calarão numa rima
risível.
Se o acaso nos fazer cruzar
a mesma calçada,
o mesmo momento ou
a mesma alma.
Terei que sufocar minha
vontade de chorar
e recolher o desespero
origami
na taça de lirismo.
Fico aguardando os acasos,
os tropeços poéticos
da rotina khármica.
A esperança sofrida
de ver ao menos de longe.
No limiar pontilhado
do horizonte...
Enquanto isso,
a poesia me assalta.
Sobressalta.
Dispara meu batimento cardíaco.
E informa sobre a fragilidade
e finitude da vida.
Quando cessam os acasos
e nos assombra
com uma certeza indecente
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/08/2014