Ansiedade
Meu amor hindu
numa noite siamesa
daquele dia incompleto
reticente
trincado
Meu amor escarlate
manchando o pueril azul
sem pássaros,
sem vôos,
sem palavras gregas,
sem latináceos...
A língua morta em vidas estendidas.
As baleias escapam em oceanos.
As palavras fogem em ventos.
As pessoas somem em multidão.
Ruidosa.
Diluem-se em fonemas incompreensíveis.
Há um ritmo cíclico,
marcado
manchado
escrachado nas digitais,
e,tatuado no DNA.
Estão predeterminados.
Predestinados.
Pré-programados.
Riscados a giz na sombra
do quadro negro.
Tenho pressa.
E não há tempo.
Correm os ponteiros dos relógios
e caminham inexoráveis
para o fim do tempo,
para o fim da chance,
para o fim da calçada,
para o fim da causa.
Depois do fim...
só uma coisa eterniza
a ansiedade.
Identidade.
Sequencial.
Decifração.
Genoma.
Gen, germe e
vertigem.
Tudo tão escrito
nesse rascunho
ilegível.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/07/2014