"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

Textos


Em quase todos os diálogos de Platão, o filósofo apresenta seu mestre Sócrates questionando as pessoas que este encontrava principalmente sobre o significado de certos conceitos, pedindo definição e explicação do que é justiça, o que é virtude, o conhecimento, a beleza e, etc...


 
No diálogo de Fédon, Platão perguntou qual era o significado da palavra "igual" e o método mais óbvio de atender ao questionamento era indicar exemplos de coisas que eram iguais, mostrando, por exemplo, dois pedaços de pau de mesmo cumprimento...


 
Mas, no entanto, afirmou Platão que um pedaço de pau pode ser igual ao outro, e, ao mesmo tempo, ser maior ou menor em relação a um terceiro... então teríamos um bastão igual e não-igual, pois exemplifica que estes dois conceitos podem ser opostos simultaneamente.


 
Então, na tese platônica podemos afirmar que o mesmo pedaço de pau é igual e desigual, grande e pequeno, robusto e frágil e, etc...


 
Assim se algo é considerado como belo por ter a cor dourada, esta mesmíssima cor em outro objeto poderá torná-lo feio, logo, o dourado é belo e feio simultaneamente.


 
Devemos procurar a concepção da igualdade, na exata medida de seu significado. Por vezes, nenhum objeto sensível exemplifica corretamente a igualdade; logo a concepção de igualdade pode não ter sido derivada da percepção de objetos sensíveis.


 
Por essa razão, Platão postulou a existência de conceitos não-ambíguos que se adequariam melhor a determinado conceito, sem exemplificar simultaneamente o seu oposto. Tais conceitos não são captados pelos sentidos, mas pela mente... Enfim pelas ideias.
 
As ideias por sua vez são postuladas para ser a referência objetiva às quais as palavras se referem garantindo assim que sejam significativas. Quando entra e cena no segundo ato, Hamlet[1] está lendo um livro (o que causa alarme nos presentes, que já se preocupavam com sua sanidade mental).


 
Polônio tentando ser simpático lhe pergunta o que está lendo e recebe como resposta: “são palavras, palavras, palavras, palavras...".


 
Realmente, em certo sentido, tudo o que lemos são sinais gráficos distribuídos e depositados numa folha de papel, e ler consiste em decifrar tais sinais de acordo com as regras que aprendemos laboriosamente nos bancos escolares.


 
Nós não estamos lendo apenas palavras, palavras e palavras, mas o texto por elas mesmas, pois estamos interessados em algo além dos sinais gráficos.


 
Tais outras coisas além dos sinais gráficos que utilizamos para expressá-las, é o que denominamos proposição. A proposição que "a neve é branca" não deve ser confundida com a frase "a neve é branca". A frase se expressa pela proposição que se refere ao conteúdo expresso numa afirmação.


 
Compreender uma frase é apreender a proposição que a frase expressa. É relevante enfatizar que a proposição não é objeto no mundo.


 
Conforme os defensores da teoria proposicional da linguagem, as proposições seriam objetos abstratos que existem independentemente da mente.


 
Assim quando mencionamos "mesa", tal palavra não se refere ao objeto concreto que vemos a nossa frente, mas ao conceito abstrato de mesa.


 
A compreensão social da proposição requer que seja a mesma para qualquer indivíduo. Então meu conceito de mesa deve ser idêntico ao conceito de mesa de um tailandês, um inglês ou um esquimó.


 
Então a frase: “a neve é branca" equivale a "the snow is white", "la neige est blanc" e "der Schnee ist weiss" são frases que indicam a proposição "a neve é branca" ( existiria uma quantidade indeterminada de frases que expressam o mesmo significado).


 
No Fédon[2] as ideias são apresentadas como sendo independentes dos entes sensíveis, eternas, imutáveis, inteligíveis e simples (indivisíveis).
 


O paralelo entre as ideias platônicas e o que os metafísicos contemporâneos denominam como proposição é tão significativo que Kirkham, em sua obra sobre as teorias da verdade, quando tenta explicar o segundo, recorre ao primeiro: “Uma proposição é uma entidade abstrata”.


 
É o conteúdo informacional de uma sentença completa no modo declarativo (...). Leitores que têm familiaridade com a noção de forma platônica ou universal podem achar útil a seguinte analogia: uma proposição está para uma sentença declarativa assim como uma forma platônica está para um predicado.


 
“Falando mais ou menos metaforicamente, seja lá "do que for" que sejam feitas as formas platônicas, do mesmo são feitas as proposições”. “Proposições não são idênticas a tipos de sentença, pois um tipo de sentença não é nada mais do que a coleção dos seus membros, enquanto uma proposição ainda existiria mesmo que nunca tivesse sido expressa em nenhuma ocorrência de sentença".


 
Para que sejam capazes de garantir a significação da linguagem, as ideias são apresentadas por Platão como tendo características opostas as características dos seres sensíveis: na República, elas são qualificadas como unas, em si, perfeitas, imateriais, eternas, imutáveis, imóveis, invisíveis aos sentidos e perceptíveis somente pela inteligência.


 
Os problemas é que conforme consta nos diálogos, a teoria das ideias possui graves inconsistências, sendo a menos importante o fato não explicar como as ideias se relacionam com o mundo sensível, o que é mesmo que dizer que estas são incognoscíveis.


 
Se assim o são, também não explica como a linguagem tem significado. O diálogo Parmênides[3], onde tal deficiência é constatada, põe Platão diante do seguinte dilema a teoria das ideias tem inconsistências internas graves, mas sem ela não é possível garantir o significado da linguagem.


 
A autocrítica platônica mostra que suas dificuldades vêm do fato de as ideias serem concebidas como unas, e elas são concebidas como unas por causa da proibição de Parmênides de se unir Ser e Não-Ser, pois sendo o pensador de Eléia, o Não-Ser não pode ser dito ou pensado.


 
Ora os sofistas e os retóricos, tais como Protágoras e Górgias, baseavam-se nessa mesma proibição para defender concepções de linguagem que afirmavam que tudo o que dizemos é verdadeiro, não há falsidade, é impossível contradizer.


 
Platão, através de uma crítica à sua própria teoria das ideias e às concepções de linguagem defendida pelos sofistas, reformulará, em aspectos importantes, a sua Teoria.


 
A retórica ou a arte de persuadir consistia em técnicas de discurso que visavam demonstrar a plausibilidade de certa tese. Nas palavras de Platão, a retórica de Tísias e Córax consistia na descoberta de que "a probabilidade deve ser tida em maior apreço do que a verdade.".


 
Tal afirmação torna-se significativa, se considerarmos o fato de que a retórica se originou nos meios jurídicos. No âmbito jurídico, o réu e o acusador discursam veementemente para defender ou acusar alguém diante do julgador ou de um júri que deve escolher entre uma de duas alternativas mutuamente excludentes, ou seja, a culpa ou a inocência.


 
Tísias e Córax são considerados os inventores da retórica. Tanto que publicaram um trata a respeito atualmente perdido e que provavelmente era mera espécie de coletânea de preceitos práticos exemplificados com casos concretos, na qual sistematizaram e organizaram o que era até então apenas uma prática empírica.


 
Segundo Aristóteles, a arte da retórica se originou na Magna Grécia (Sicília e Itália) por volta da primeira metade do século V a.C. Na época de Córax e Tísias não existiam formalmente advogados, assim os cidadãos que recorriam à justiça valiam-se de pessoas que sabiam escrever, os chamados logógrafos, que redigiam as queixas que eram então lidas diante do tribunal pelo próprio réu ou acusado.


 
A retórica foi introduzida em Atenas pelo sofista Górgias[4], desenvolvendo-se nos círculos políticos e judiciais da Grécia antiga.
 


Originalmente visava persuadir uma audiência dos mais diversos assuntos, mas acabou por tornar-se sinónimo da arte de bem falar, o que opôs os sofistas ao filósofo Sócrates e seus discípulos.


 
Aristóteles, na obra "Retórica", lançou as bases para sistematizar o seu estudo, identificando-a como um dos elementos chave da filosofia, junto com a lógica e a dialética.


 
A retórica foi uma das três artes liberais ensinadas nas universidades da Idade Média, constituindo o "trivium", junto com a lógica e a gramática.


 
Até o século XIX foi uma parte central da educação ocidental, foi preenchendo a necessidade de treinar oradores e escritores para convencer audiências mediante argumentos.


 
A retórica apela à audiência em três frentes: logos, pathos e ethos[5]. A elaboração do discurso e sua exposição exigem atenção a cinco dimensões que se complementam (os cinco cânones ou momentos da retórica): inventio ou invenção, a escolha dos conteúdos do discurso; dispositio ou disposição, organização dos conteúdos num todo estruturado; elocutio ou elocução, a expressão adequada dos conteúdos; memoria, a memorização do discurso e pronuntiatio ou ação[6], sobre a declamação do discurso, onde a modulação da voz e gestos devem estar em consonância com o conteúdo (este quinto momento nem sempre é considerado).


 
A retórica é uma ciência (no sentido de um estudo estruturado) e uma arte (no sentido de uma prática assente numa experiência, com uma técnica).


 
No início, a retórica ocupava-se do discurso político falado, a oratória, antes de se alargar a textos escritos e, em especial, aos literários, disciplina hoje chamada "estilística".


 
A oratória é um dos meios pelos quais se manifesta a retórica, mas não o único. Pois, certamente, pode-se afirmar que há retórica na música ("Para não dizer que não falei de Flores", de Geraldo Vandré: retórica musical contra a ditadura), na pintura (O quadro "Guernica", de Picasso: retórica contra o fascismo e a guerra) e, obviamente, na publicidade. Logo, a retórica, enquanto método de persuasão, pode se manifestar por todo e qualquer meio de comunicação.


 
Aristóteles desenvolveu um grande tratado sobre a retórica, e que ainda é alvo de cioso estudo. Logo na frase de abertura na obra  “A arte da retórica” afirmou que " a retórica é a contraparte (ou seja, antístrofe) da dialética".


 
Assim, enquanto os métodos dialéticos são necessários para encontrar a verdade em questões teóricas, métodos retóricos são necessários para assuntos práticos tais como a defesa da culpa ou da inocência de alguém, quando acusado perante a lei ou para decidir um curso de ação prudente a ser tomado por uma assembleia deliberativa.


 
A retórica da influência procura convencer, aliciar e incitar à ação. E, para tanto se utiliza da explanação, da argumentação lógica e paralógica e também a persuasão pelo discurso.


 
Expliquemos, pois cada fase: Explanação: É o discurso que informa o receptor sobre determinado assunto. Seus recursos são definição, classificação, exemplificação, análise, síntese, enumeração, postulação.


 
Argumentação lógica: É o discurso que prova teses. Seus instrumentos são a indução e a dedução.


 
A lógica estabelece os critérios de validade para argumentos, mas, nem sempre validade à luz da lógica é sinônimo de capacidade de convencer. A retórica ocupa-se da especificidade da argumentação para a influência.


 
Argumentação paralógica: É o discurso que, por usar de sofismas, leva a uma prova aparente de uma tese.


 
Persuasão: É o discurso que influencia por outros meios que não a argumentação, em especial recursos psicológicos.


 
Argumento: É um discurso formado por proposições, sendo uma a tese, outra ou mais as premissas, em que fica provada a veracidade da tese a partir de implicações lógicas das premissas.


 
Argumenta-se se a tese não é aceita. O que é aceito dispensa prova, ao menos, do ponto de vista da influência. O sucesso do argumento como recurso de influência depende de fatores como:
 
As premissas são em geral mais facilmente aceitas que a tese. O sucesso do argumento para convencer depende da qualidade das premissas.


 
As melhores premissas são aquelas encaradas pelo receptor como evidentes ou como postulados que ele não questiona. A suscetibilidade do receptor a raciocínios lógicos.


 
O grau de elaboração do argumento. Argumentos complexos são mais difíceis de compreender. Por outro lado, se compreendidos serão vistos como de qualidade superior.


 
Refutação: É o argumento que prova a contraditória da tese do oponente num debate.


 
Postulação: Para a lógica, um postulado é um enunciado aceito sem prova, quer dizer, sua veracidade não é demonstrada através de argumento.


 
A lógica também nos diz que entre os enunciados que compõem uma teoria consistente, nenhum tem status diferenciado, de modo que a ele se deva atribuir a condição de postulado.


 
Em princípio qualquer enunciado da teoria pode ser postulado, pois, os enunciados se inter-relacionam e cada um é provado a partir das consequências lógicas dos demais. 


 
Quando se pratica a postulação como recurso de Retórica da influência, o postulado deve ser escolhido não ao acaso, mas por critérios como:


 
O postulado deve ser evidente ao receptor. Se o postulado não é evidente para o receptor, incorre-se no risco deste exigir prova do postulado e postulado não se prova.


 
O postulado deve ser simples e composto de:
Hipótese: É um enunciado não veraz, assumido como não veraz, mas plausível. O sucesso de argumentos que se baseiam em hipóteses como premissa depende de fatores como:


 
A plausibilidade da hipótese. Hipóteses pouco plausíveis ou julgadas pouco plausíveis comprometem a eficácia do argumento.


 
A conotação do receptor relativamente a hipóteses. Se o receptor é avesso a hipóteses, o argumento nelas baseado fica com a eficácia comprometida.


 
Há vários níveis de diálogo em tempo real: a conversação, a discussão, o colóquio e o debate.


 
O debate é o caso mais tenso de diálogo. Não há possibilidade de solução que contemple satisfatoriamente ambas as partes, posto que seja necessária a vitória apenas de uma destas. A argumentação é a ferramenta básica, e não raro em suas formas mais capciosas.


 
No debate, os argumentos do oponente, ruins ou bons, serão alvo de refutação sistemática do oponente. O objetivo primacial do debate é o total desmonte das posições do oponente.


 
São recomendáveis as seguintes táticas de debate:

. Omitir o que não convém.
. Atenuar ou desvalorizar o que prejudica.
. Agravar ou valorizar o que favorece.
. Contra-argumentos fortes não pedem refutação mas outros argumentos fortes e contrários.
. Desviar o assunto para o que lhe convém, não o compromete, para o que domina.
. Defender-se atacando.
. Protelar declarações que não lhe convém.
. Usar termos vagos, imprecisos, dispersivos quando a clareza, a precisão e a objetividade são inconvenientes.
. Fazer parecer que seus argumentos se lastreiam em argumentos geralmente aceitos.
. Tomar cuidado com recursos grosseiros como superlativos e laudatórios.
. Distinguir: concordar sob um aspecto, negar sob outro a que se dará valor maior de prioridade, importância, etc.
. Levar as hipóteses do oponente a conclusões absurdas.
. Desvalorizar, minimizar, em vez de refutar.
. Induzir o oponente a aceitar uma premissa que logo em seguida será usada contra ele.
.  Levar a tese do oponente a um dilema.
.  Criar clima de urgência para concluir quando a argumentação se encaminha favoravelmente.
.  Criticar o uso de hipóteses como coisa deslocada da realidade.
.  Polarizar, reduzindo a questão a duas alternativas, uma favorável e outra inaceitável ao oponente.
.  Negar a tese em si.
.  Negar a consequência da tese do oponente.
.  Retorquir usando o argumento do oponente contra ele.
.  Assumir tese refutável desde que isto seja conveniente.
.  Nem sempre os tipos de diálogo descritos anteriormente visam influenciar.
.  Na discussão, por exemplo, pode acontecer de ela iniciar sem posições prévias assumidas.
 
As posições vão se delineando com o avanço da discussão. No debate, por vezes, busca-se influenciar o oponente, mas também há casos em que o objetivo é influenciar a plateia que acompanha o debate. Noutros casos, o objetivo do debate é simplesmente competição.


 
 
[1] Hamlet é uma tragédia de William Shakespeare escrita entre 1599 e 1601. A peça é situada na Dinamarca e reconta a história de como o Príncipe Hamlet tenta vingar a morte de seu pai.  Há três versões da peça que sobreviveram aos nossos dias: essas são conhecidas como o Primeiro Quarto (Q1), o Segundo Quarto (Q2) e First Folio (F1). Cada uma dessas versões possui linhas ou mesmo cenas que estão ausentes nas outras. Acredita-se que o autor escreveu a tragédia baseada na lenda de Amleto, preservada no século XIII pelo cronista Saxo Grammaticus em seu Gesta Danorum e, mais tarde, retomada por François de Belleforest, no século XVI, e numa suposta peça do teatro isabelino conhecida hoje como Ur-Hamlet. Grande parte da linguagem da peça é lisonjeira: elaborada, com discurso espirituoso, como recomendado por Baldassare Castiglione em 1528 em seu guia cerimonial The Courtier.  Esse trabalho, especificamente, aconselha os retentores reais a divertirem os seus senhores com uma linguagem inventiva. Orisco e Polônio, por exemplo, que são dois empregados, parecem respeitar essa injunção. O discurso de Cláudio é rico em figuras retóricas - como acontece também com Hamlet e, às vezes, com Ofélia - enquanto a linguagem de Horácio, dos Guardas e dos Rústicos é simples. O status alto de Cláudio é reforçado pelo uso da primeira pessoa do plural ("nós" ou "nos"), e com o uso da anáfora misturada com a metáfora para ressonar com os discursos políticos da Grécia antiga.
[2] Fédon é um dos grandes diálogos de Platão juntamente com "A República" e "O Banquete". É onde retrata a morte de Sócrates, e onde se considera a imortalidade da alma. Platão recebeu uma influência muito forte da religião órfica que acreditava na alma e reencarnação. O diálogo Fédon é uma máxima desta influência onde Platão faz seu primeiro postulado sobre a alma. Ocorreu depois do julgamento de Sócrates, mas anterior à execução com a cicuta.  A principal mensagem de Sócrates parece ser que a morte é uma escolha, já em vida.  Libertando a alma do corpo, da distração dos sentidos. Apontando a interdependência e a diferença entre os planos da percepção e da inteligibilidade.
[3] Parmênides de Eleia (530 a.C. - 460 a.C.) foi um filósofo grego. Supostamente de família rica, seus primeiros contatos filosóficos foram com a escola pitagórica, especialmente com Ameinias. O único trabalho conhecido pelo filósofo é um poema chamado "Sobre a natureza" que sobreviveu apenas na forma de fragmentos. Onde descreve duas visões da realidade. Onde explica a realidade pelo o que é assim a existência é atemporal, uniforme, necessária e imutável. Parmênides foi o fundador da Escola eleática, que também incluiu Zenão de Eleia e Melisso de Samos.  De sua vida em Eleia, dizia-se que ele havia escrito as leis da cidade. Seu discípulo mais conhecido é Zenão de Eleia, que de acordo com Platão era vinte e cinco anos mais jovem e foi considerado como seu eromenos. Parmênides teve uma grande influência sobre Platão, que não apenas nomeou o diálogo Parmênides como seu nome  como também sempre falou dele com grande veneração
[4] Górgias também chamado de o "niilista" foi um retórico e filósofo grego, natural de Leontinos, na Sicília. Juntamente com Protágoras de Abdera, formou a primeira geração de sofistas. Diversos doxógrafos relatam que teria sido discípulo de Empédocles, embora tenha sido apenas alguns anos mais jovem que ele. Assim como outros sofistas estava continuamente mudando de cidade, praticando e dando demonstrações públicas de suas habilidades em diversas cidades, e nos centros como Olímpia e Delfos, cobrando por suas apresentações e por aulas. Uma das principais características especiais era a de ouvir questões da plateia sobre todos os assuntos e respondê-las sem qualquer preparo. Antístenes, fundador do cinismo, foi ouvinte de Górgias, e Platão escreveu um diálogo intitulado Górgias, onde discute a função e a validade da retórica.  O diálogo de Platão chamado Górgias apresenta um contra-argumento à aceitação incondicional da retórica por Górgias, sua forma elegante, e sua natureza performática. O diálogo tenta mostrar que a retórica não satisfaz as condições necessárias para que seja considerada uma technê, sendo apenas uma habilidade um tanto perigosa de se ter, tanto para o próprio orador como para seu público, pois dá a um ignorante o poder de parecer ter mais conhecimento do que alguém que efetivamente o tem.
[5] Ethos: é a forma como o orador convence o público de que está qualificado para falar sobre o assunto, como o seu caráter ou autoridade podem influenciar a audiência. Pode ser feito de várias maneiras: por ser uma figura notável no domínio em causa ou por ser relacionado com o tema em questão.  Por exemplo, quando uma revista afirma que um professor do MIT prevê que a era robótica chegará em 2050, o uso do nome "MIT" (uma universidade americana de renome mundial para a investigação avançada em matemática, ciência e tecnologia) estabelece uma credibilidade "forte".
Pathos: o uso de apelos emocionais para alterar o julgamento do público. Pode ser feito através de metáforas e outras figuras de retórica, da amplificação, ao contar uma história ou apresentar o tema de uma forma que evoca fortes emoções na plateia.
Logos: o uso da razão e do raciocínio, quer indutivo ou dedutivo, para a construção de um argumento.
Os apelos ao logos incluem recorrer à objetividade, estatística, matemática, lógica (por exemplo, quando um anúncio afirma que o seu produto é 37% mais eficaz do que a concorrência, está fazendo um apelo lógico); o raciocínio indutivo utiliza exemplos (históricos, míticos ou hipotéticos) para tirar conclusões; o raciocínio dedutivo usa geralmente proposições aceites para extrair conclusões específicas. Argumentos logicamente inconsistentes ou enganadores chamam-se falácias.
[6] Elocutio (Elocução, correspondente grego da lexis), é a composição linguística do discurso, é a textualização. Memória - memoria (escrita do discurso); Ação - actio ou pronuntiatio (apresentação do discurso); Prolepse - prolepsis (refutação prévia).
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 26/06/2014
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