Ser condenada ao silêncio
a inação.
a inexpressão.
Ser o enigma
desprovida de indícios
ou certeza.
Deixar o silêncio
imantar os olhos.
Deixar o silêncio
infectar o medo
de ansiedade.
Silenciar-se
secar toda a semântica
possível.
Com gestos e fatos
que falam por si.
Mas falam silenciosamente
falam de solidão
sólida e
de lágrimas líquidas.
Falam de pensamentos em
nuvens e
chuva de palavras soltas em gotas.
Gotas essenciais
de verdades e mentiras.
De ilusões humanas e
efeitos mágicos.
Ficar em silêncio
flutuando no vácuo
pulando sobre reticências
revelações fragmentárias,
corruptelas.
Tarjas coladas em roupas
e modos.
Éticas e etiquetas
grudando comportamentos
na sombra do tempo.
Encravando na memória
ritos, ratos e restos.
Silêncio.
Isolamento e meditação.
O horizonte espreitando o sol
em pleno entardecer.
Depois vem a noite.
E, as estrelas que iluminam
as frestas do pensamento.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 10/05/2014