Todos riem da graça óbvia
do palhaço
Das cores em seu rosto...
Pintadas ou borradas.
No carro que explode...
Da queda brusca e fatal...
Da ingenuidade infantil de
um homem adulto e triste.
E, todos ao rirem
Não sabem que picadeiro
há em sua alma.
Nas lágrimas que se imiscui com
a face pintada...
com as feridas abertas
que sangram
No palhaço na graça cotidiana
e cruel
Não percebemos a lâmina fina
da indiferença,
do mercantilismo barato
que troca tudo
por coisa nenhuma
O palhaço traz ao escárnio
a brutalidade da vida
a singela homenagem ao humano
ao profundamente humano
e patético...
Como são todas as dores,
todos os sofrimentos,
de amor ou solidão.
O palhaço é o ícone
da comédia trágica
do momento.
Viva o palhaço!
O único a não rir
não por falta de graça
mas pela falta de ilusão.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/10/2013
Alterado em 28/03/2014