submersas emoções
Debaixo de meus olhos
jazia um imenso deserto
havia um desespero contido,
um grito ensurdecedor
que ninguém ouvia
minha alma era um copo emborcado
e, mesmo uma reles lágrima
já seria uma dádiva
Debaixo do contorno de meus olhos
havia um espelhamento de flashs,
a memória enfurecia a retina
com lembranças implacáveis
Amar e desamar,
Amar e malamar,
Amar dolorosamente o tempo
com a certeza solene
de que tudo passa
irremediavelmente
e é imensamente finito e insano
tudo sem sentido nenhum passa e,
passa
como uma carruagem guiada
por mulas sem cabeça
eu até queria me comover com algo,
um alfinetada de um inseto,
uma miséria pungente,
um grito desesperado de socorro...
mas estava morna,
completamente morna...
sensações controladas,
a pressão óptica controlada,
suspiros e pulmões em ordem geométrica
consumiam oxigênio com precisão
matemática...
Voltei para mim mesmo
com aquele sorriso
de frustração...
amarelo e significativo
e, fui buscar na pintura
as submersas emoções
não nascidas,
não imaginadas...
onde era tudo abrupto,
era tudo inedito..
um território desconhecido
de paixões e dramas...
e, a mão mais parecia uma garra...
arrancando o casaco, o cachecol
e, de súbito
desmaiei
como se arremessasse num profundo
mergulho de meu eu...
num abismo infindável de emoções.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 11/02/2007
Alterado em 12/03/2018
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