Contemporanea
vivemos na eternidade provisória do momento
morremos na finitude absurda da vida
recolhemos as esperanças dependuradas
num horizonte esticado de tensão, medo e surpresas.
há lágrimas que são sal
e ácidas corroem a alma
há sorrisos que cerram pulsos
e dilaceram bloqueios
há tristezas mais sólidas que penhascos
e mais íngremes que o Himalaia
E na descida veloz
Quando visitamos os umbrais de nossas emoções
a raiz mais subterrânea
intrínseca, impronunciada e secreta
onde as origens se confundem com cíclico de viver
vivemos os paradoxos das gangorras
do excesso e da ausência
da expressão e da dislexia
da memória e do Alzheimer
envelhecer e morrer
viver, envelhecer e morrer
viver, aprender
e aprender com a morte
com o ciclo e com a renovação
contemporânea e atemporal
permanente e provisória
contínua e fragmentada
cruel e fatal
O tempo, a vida e os valores.
O branco não contém luz
E o negro não é feito de sombra
São olhos que iluminam a paisagem.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 20/03/2012
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