lixo das emoções
Rasgue essa página do livro
Corte as palavras com o ácido do ódio
Rasgue esse lirismo exacerbado
Babado e salivado
de álcool e mentiras
Arranque de sua alma
minhas garras e
resquícios.
Esse mar de reticências intraduzíveis
Esqueça-se de mim
Ainda que eu goteje intermitentemente
Nos cantos da casa
Nos quadros pintando entardecer infinitos
Esqueça-se de mim
Olhe para você mesmo,
E lá dentro, expulse-me
Extraia tudo que dei, plantei ou
eternizei
nas palavras,
nos gestos,
nos dejetos
e, nos restos
que sobraram
que customizaram nossa estória.
Agora eu sou outra
Uma outra qualquer
Rasgada e descartada
Regurgitada.
Não digerida.
Agora eu sou outra
Que nem conheço
mas já gosto pois
Sobrevivi ao lixo
das emoções.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 17/01/2010
Alterado em 20/11/2012
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