"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

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Indignação do dia
Erotizamos minhocas, crianças em fase impúbere. O sexo virou a moeda capitalista de maior circulação no mundo ocidental.

Banalizamos sentimentos, relacionamentos, tudo se converte em produto de troca, de venda, de corrupção ou simplesmente de consumo.

O ser humano com sua dignidade de pessoa, de sujeito de direito está relegado a ser previsto constitucionalmente, a ser promulgado por leis, pois a própria natureza dos fatos e da sociedade não consegue mais preservar.

Precisamos preservar o meio ambiente, evitar desmatamentos, evitar a poluição dos mares, das lagoas, a poluição sonora, visual e, sobretudo, moral dos currais das grandes cidades.

As nossas crianças conhecem antes o sexo do que o afeto dos pais, dos responsáveis... Perdem o direito à inocência, precisam ter malícia, malandragem, “jogo de cintura”. Desculpe-me, mas esse artigo é pura indignação. Isso é predatório demais...

É algo mais do que apenas perder a dignidade. É perder direito ao futuro, é comprometer a eternidade com mediocridade rotineira.

Precisamos repensar, ressuscitar valores. Precisamos dar direito às crianças de terem sua infância, de terem sua estória de faz-de-conta. De acreditar em Papai Noel, em rena, em bondade e generosidade.

Senão estamos condenados ao cinismo, a hipocrisia e a descrença total de um futuro melhor.

A indignação é construtiva quando mudamos atitudes, hábitos e adquirimos outros métodos de sobrevivência. E na escalada evolutiva, o homem é o animal que possui a maior infância de todos, e, isso deve ter algum significado positivo.

Podemos redesenhar conceitos como família, principalmente vista pelos laços afetivos e não meramente biológicos. Solidariedade não como mera comiseração, mas como uma resposta social às agruras humanas repartidas e saldadas. A amizade e o perdão devem se redescobertos como ferramentas da experiência humana.

Redesenhar o conceito de humanidade que existe mais na interseção , no que há de comum, do que nas diferenças globais, culturais, raciais.

Aliás, nada mais eficiente para comprovar que raça humana é uma do que a santa genética. A história e a genética ditam literalmente a natureza humana, mas precisamos pôr a salvo algumas essências sem as quais não passamos de um animal brutalizado, sexualizado e inútil, prestes a entrar na lista dos que estão em extinção.

Mesmo assim, vale a pena desejar a todos um Feliz Natal e um Próspero 2009, com renovadas esperanças, com mudanças saudáveis na razão de viver.




GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/12/2008
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