ângulos
Todos os ângulos possíveis
Todas as frestas
Todos os sólidos,
líquidos e gases
Inundando de presença
E solidão o espaço
Todos flashes
comemoravam os raios
Partidos e repartidos nos céus
perdidos da infância
O aterrorizante trovão
a nos apontar pequenez e fragilidade
E, o imenso estrondo a cooptar nossa cabeça
Por instantes submetida pelo medo
Não há mais vestígios
Do que fui
Do que sou
Do que estou
Há uma suspensão de partículas
agnósticas,
improváveis
A pairar sobre a expectativa
Você me reduz a um olhar
A uma boca,
A uma palavra
E, os fonemas escorrem
Sofrendo do mal de fugir.
Fugir, fingir e trair...
Em infinitivo de terceira espécie
Como se fosse possível
tornar finito
Ponto final.
Parágrafo final,
As gotas semânticas derrubam-se sobre flores
em orvalho final,
contando sobre manhãs
absolutamente nubladas e
sem esperanças.
Aonde todos os ângulos são possíveis.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/09/2008
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