A estonteante e catastrófica abertura das Olimpíadas de Pequim


A Olímpiada de 2008 é um espetáculo do políticamente incorreto. Lastimável show patrocinado por trabalho não-remunerado e pela violação de diretos difusos ao meio ambiente saudável e das liberdades públicas.
A estonteante e catastrófica abertura das Olimpíadas de Pequim





O magnífico espetáculo ensaiado exaustivamente por treze meses e que transformou homens em máquinas, ou máquinas em homens é na verdade uma catástrofe e uma vergonha internacional.



Os operários que construíram o magnífico e monumental estádio Olímpico não receberam seus salários e, foram despejados da praça em frente deste pela polícia chinesa, que transgride habitualmente o princípio da dignidade da pessoa humana e submetem com crueldade os cidadãos.



O Comitê Internacional Olímpico deveria intervir e forçar que o governo chinês não reduzisse a condição de escravos os operários que construíram o panteão-mor dos esportes.



Mas, este até agora se calou em silêncio conivente e absurdo se confrontado com tantos documentos e tratados internacional que defendem heroicamente os Direitos Humanos e ainda os Direitos Sociais.



Não consegui infelizmente vislumbrar tanta beleza e  perfeição, se na cochia desse escabroso espetáculo temos um ditatorial governo chinês que não respeita as liberdades civis e públicas nem mesmo dos jornalistas e emissários estrangeiros.



Não consegui vislumbrar a beleza chinesa que cerca de tapumes as favelas e guetos miseráveis para prover a limpeza estética e providencial. No mais velho estilo “para inglês ver...”.



Ademais, numa época em que a preocupação com a preservação do meio ambiente significa preservar o planeta e, a vida para as gerações futuros, o recorde de explosão de fogos de artifício, nos leva a refletir na quantidade de oxigênio queimada, e na expressiva contribuição para destruição da camada de ozônio patrocinada especialmente para divulgação dos esportes olímpicos.



É politicamente incorreto. E merece o repúdio de todos, de todas as pessoas dotadas de um mínimo de consciência. Isso sem mencionar que a já tão poluída Pequim não é certamente um ambiente hígido e saudável para qualquer atleta, e, ouso dizer, até para qualquer cidadão que aspira por sua liberdade tanto quanto por sua vida.



E quando reputo liberdade , me refiro em toda a sua extensão, liberdade de expressão, liberdade de ir e vir, de ter planejamento familiar, de discordar e se manifestar contra os atos autoritários e injustos.



O homem suspenso no ar, a provocar insanas lágrimas de apresentadores deveria realmente nos remeter a reflexão dos custos sociais e políticos disso tudo. Há mais que as aparências nos mostram. Há mais do que a milenar civilização dotada de tão preciosa filosofia e tão frágil consciência. Tão frágil como qualquer porcelana chinesa.



Por isso, reitero que é estonteante e catastrófica a abertura dessa olimpíada,  e esperemos que em pleno século XXI as pessoas, principalmente, os comunicadores, possam ver a realidade chinesa que acendeu a pira, mas apagou a esperança de um mundo melhor.















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