![]() De repente, tudo fazia sentido. Tudo era perfeitamente compreensível. Encaixava-se dialeticamente. Semanticamente. Como se fossem legos. O contexto, o céu e o eclipse.
Tudo eram tão justificável...exacerbadamente lógico e frugal. Que todos meus questionamentos pareciam ser burlescos e até dispensáveis... A liberdade e o individualismo, a ditadura estética e amoral. O prazer acima da honra. A nudez prevalente sobre o espírito. E as cores, os odores e as sensações se esvaiam em sentidos imediatos. Em, indeclináveis tendências. De repente, o silêncio fazia um discurso contundente. Daria para cortá-lo com uma navalha cega. Sem precisar fazer muita força. De repente, a curva se fez reta. O flash se fez filme. A narrativa de tão completa ficou melodramática. E, a tragédia já se esgueirava pela comedicidade. Como somos terrivelmente engraçados e ingênuos. Somos patéticos. Como nossas dores são prosaicas e nossos queixumes representam piadas paradoxais. Assim, nos tropeços aprendemos sobre o relevo do caminho. Nos erros e falhas aprendemos como acertar e se aperfeiçoar. Nos enganos aprendemos o valor da verdade e da sinceridade. É como entronassemos na epifania. Onde o sagrado é profano e, o profano é sagrado, pois é humano a matéria-prima. O deus que há em mim, saúda o deus que há em você. Gisele Leite
Enviado por Gisele Leite em 22/01/2019
Alterado em 22/01/2019 Copyright © 2019. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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